PROJETO PIRULITO

INTRODUÇÃO
As atividades de alfabetização devem estar sempre condicionadas a práticas sociais amplas e carregadas de significados, assim como os trabalhos realizados com os alunos devem sempre partir da valorização de seus saberes e vivências.
É importante criar um ambiente alfabetizador. Os alunos devem ter a oportunidade de explorar materiais escritos de diversos tipos, como revistas, livros, jornais, rótulos, propagandas, afinal, muitas dessas crianças não têm acesso a livros em casa, e com esse tipo de trabalho ela poderá perceber que a escrita está em todos os lugares.
A idéia de desenvolver essas atividades nasceu num daqueles momentos em que a gente fica pensando o que pode fazer para levar idéias interessantes para a sala de aula. Pensava numa palavra que trouxesse várias possibilidades. E de repente, veio a idéia do PIRULITO. Então a cabeça foi fervendo e fui puxando uma gama de variáveis com atividades que ajudassem a compor o trabalho. Muitas delas, aprendi com amigas que já alfabetizavam e, incansavelmente, solidárias e companheiras, estimulavam meu aprimoramento. Como essas trocas foram importantes!
Estas atividades contemplam sugestões de uma série, que podem ser desenvolvidas a partir de um tema que faz parte do mundo infantil: o PIRULITO. Por ser um tema de interesse das crianças, e uma palavra que envolve fonemas simples, objetiva propiciar a alfabetização nos ciclos de escolaridade.
Partindo de observações e vivências das próprias crianças, poderemos explorar o tema envolvendo atividades dentro de outras inteligências, além da linguística, como por exemplo: a lógico-matemática, a musical, a cinestésico-corporal, a espacial, a naturalista etc.
Essas sugestões de atividades, envolvendo leitura e escrita de palavras, poderão ser adaptadas a qualquer outro tipo de texto, de acordo com o grau de interesse e aprendizado de cada grupo.
*(Gostaria de agradecer a algumas pessoas em especial, por terem em muito contribuído para esse “despertar” da vontade de alfabetizar. O que antes era um medo, agora é um prazer. Devo isso primeiramente aos meus queridos alunos do ano passado, de uma escola pública de Nova Iguaçu. Com as dificuldades que enfrentaram ao longo de um ano (anterior) de absurda troca de professores, chegaram ao terceiro ano não alfabetizados. E eu, caindo ali de paraquedas, sem nunca ter sabido o que era alfabetizar, me deparei com uma fome de conhecer tudo que pudesse ser feito para mudar aquela realidade. Nós fomos nos mostrando o que dava certo e o que não dava. Fiquei muito apaixonada pelo jeito com que eles recebiam as propostas lançadas: sempre com uma alegria impressionante. E eu lembro do quanto eu fiquei angustiada, achando que estava fazendo tudo errado,
porque na minha ansiedade, eu queria que os resultados fossem rápidos. E tudo parecia demorar uma eternidade. Até o dia em que uma das alunas que mais pareceu que seria a “cri cri” da turma, começou a LER. Eu entrei num estado de euforia tão louco, que corria pela sala, batia palmas, chorava, abraçava a menina... Assim como eu consegui fazer com que ela acreditasse que poderia passar de não alfabetizada à melhor aluna da turma, ela também fez com que eu percebesse que era necessário o tempo da espera, e que eu estava no caminho. E outros acreditaram também!
Se minhas atividades deram certo, eu devo a algumas pessoas em especial, que se dispuseram a me ajudar respondendo meus questionamentos e ensinando-me atividades bem sucedidas. A Valéria Poubell, Fabrícia Helena, Luciane Feijó, Vânia Moreno, Ana Lúcia e Professora Socorro Calhau ( PUC), meu muito obrigada por tudo que me ensinaram e pelos constantes incentivos. Vocês me deram asas... e agora eu não quero mais pousar.