Escolhidas a dedo para você ouvir!

sexta-feira, 12 de março de 2010

Ainda existem tantos absurdos por aí.




Como de costume, entro na net e vejo as novidades postadas pelos blogueiros que eu sigo. Hoje me deparei com um post da Tati Martins, do blog "MULHER É DESDOBRÁVEL. EU SOU". Apesar do sono e do cansaço que tomam conta de mim depois de uma semana me desdobrando em várias nas duas turmas de terceiro ano que peguei esse ano, resolvi responder ao post da Tati e também postar algo em meu blog. Para que vocês entendam, vou colocar aqui a angústia da Tati, a minha e a de todos aqueles que não estão em sala de aula como figurantes:
Por Tati Martins:
AÇÃO DE PROFESSORA DO INÍCIO DO SÉCULO XX ( OU SERÁ XIX?)

No fim de semana passado, meu filho de 11 anos chegou com um pequeno e delicado dever de casa de Língua Portuguesa. Ele precisava simplesmente fazer a transcrição fonética de todas as palavras do "Pai Nosso" e da "Ave Maria". Isso mesmo, dessas duas orações!
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Como foi minha opção colocá-lo em um colégio católico, o problema aqui não é misturar religião/oração com atividades escolares. Mas a questão continua sendo extremamente grave. Além de a atividade ser chata, cansativa e sem nenhuma utilidade prática e real para a vida de uma criança, ela leva a um duplo desserviço: detonar o gosto pela Língua Portuguesa e pela religiosidade.
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Passamos anos vendo nossos filhos em formação inicial serem massificados por classificações quanto à acentuação, quanto ao número de sílabas, por dígrafos, hiatos... E onde fica o real trabalho de leitura, de desenvolvimento do prazer pela leitura?!
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No meio disso tudo, há um ponto muito curioso: Fonética e Fonologia já não fazem parte do currículo oficial de Língua Portuguesa da Educação Básica há mais de três décadas! E minha filha, quatro anos atrás na mesma série e no mesmo colégio, não foi sacrificada com esse conteúdo (era outra professora).

Deixo aqui duas, das inúmeras perguntas que rondam minha cabeça:
Numa época em que a leitura, o entendimento de um texto, o gosto pelo/a texto/leitura têm de ser desenvolvidos com muita intensidade e cuidado, por que retroceder e colocar no programa da série algo que não mais faz parte do currículo?
Para esse conteúdo entrar no programa, outro teve de sair, afinal o tempo é o mesmo. Qual terá sido? (Suspeito que o árduo e subjetivo trabalho com a leitura, pois não é qualquer professor que se aventura a mergulhar nesse campo que, com certeza, dá muito mais trabalho para ele.)




Olá Tati. Infelizmente a nossa área está recheada de uma gente que não sabe o que está fazendo em sala de aula. É muito mais cômodo, para essas pessoas que não querem ter trabalho, encherem o quadro de asneiras e sentarem o bumbum na cadeira para lerem as revistinhas de mediocridades. Para essas, formação continuada é algo supérfluo. Mais interessante é saber das fofocas das novelas, dos últimos acontecimentos da Caras e todas as baboseiras que cercam a televisão. Minha avó fala um ditado popular que considero perfeito num caso assim: "Quem não tem, não pode dar". Fica complicado o professor que não lê, que não busca informações a respeito dos progressos na área e que não estuda, incentivar a leitura. O que lhe sobra? Passar essas malditas atividades mecânicas e enfadonhas que só fazem as crianças crescerem com desprazer em estudar. Prática muitas vezes incoerente com a fala que nosso colega cospe por aí. Ah, maldita falácia!!!

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