Escolhidas a dedo para você ouvir!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Diário de uma professora. É para rir ou chorar?

Segue um textinho escrito depois de um dia de muito trabalho e algumas fotos do que para nós ficou marcado como verdadeira união de equipe.

Rio de Janeiro, 10 de fevereiro de 2010.
Por volta das 18h

Diário de uma professora. É para rir ou chorar?

Hoje foi o primeiro dia de experimentação do trajeto Nova Iguaçu/Jacarepaguá no tal famoso horário do rush. Depois de um dia em que também experimentei novidades, como raspar e pintar paredes de salas de aula (coisa boa para aprender a valorizar ainda mais o trabalho dos pedreiros e pintores), de em função disso estar com certo desconforto lombar, de passar calor num daqueles dias onde o Rio de Janeiro parece estar inteirinho dentro de uma estufa, saí da escola municipal às 17h para baldear em três conduções: uma van, o trem e o ônibus.
Eu queria aquecer a cabeça de quem me enganou dizendo que existe um tal de “contra-fluxo”, que nesse horário o trem é tranquilo... Peguei o trem mais ou menos às 17h 30min, e posso dizer que parecia o inferno. Aquele inferno que as pessoas nos contam e que a gente cresce acreditando: onde tudo parece fumegar. Eu, que procuro ser gentil com as pessoas, sempre me dou mal... É um empurra, empurra que dá até medo. Passado o susto de ficar do lado de fora, é hora de aturar a inhaca dos trabalhadores, depois de um dia inteiro de luta, se espalhando pelos vagões. Além disso, é hora de preparar os ouvidos, pois os camaradas que querem garantir o dindim do dia, passam gritando os seus pregões, vendendo até a mãe. E eles fazem isso bem nos nossos ouvidos.
Sentar? Ih, esquece! Isso é artigo de luxo! Então a gente segue, sacudindo e ouvindo por tabela, o papo daqueles caras que se acham malandros, repetitivos em suas falas de “TÁ LIGADO?!”
Finalmente minha hora de partir. Até que na minha estação tudo já estava mais ou menos tranquilo. Parto em direção a terceira condução, em Madureira, famosa pelos seus camelódromos. De repente, gritos e correria – É O RAPA!!! É O RAPA!!! Meu ônibus chega. Depois de algum tempo, com sorte consigo um lugar. Retiro meus instrumentos de trabalho enquanto aprendiz de cronista, e começo a escrever...
Cheguei aqui, na verdade bem onde queria tocar: como se não bastasse o professor, em muitos momentos assumir papéis de médico, enfermeiro, psicólogo, pai, mãe, advogado, artista, malabarista e tudo o mais, agora ele também precisa assumir o papel de pedreiro e pintor.
Que fique aqui muito claro que no caso da nossa escola, a pintura das salas não foi imposição de ninguém, mas sim uma solicitação do próprio grupo de professores. Por quê?
Talvez porque nos cansamos de esperar pela prefeitura; ou ainda porque não queríamos iniciar o ano letivo com as salas do jeito que estavam; talvez porque acreditamos que tanto nós, como nossos alunos, mereçam pelo menos o respeito de um lugar decente para as trocas nas aulas...
Sabemos que muitos de nossos colegas nos dirão: “Vocês são bobos! Tinham era que deixar do jeito que estava! Isso é trabalho da prefeitura!!!” Mas não temos medo de parecermos bobos. Nosso único medo é o de passar um ano sem estímulo dentro de uma sala em que se nem nós temos prazer, que dirá a criança.
Foi um dia em que pintamos o sete, esquecendo nossas alergias, nossa falta de habilidade para o trabalho de artista e até mesmo a indignação de saber que a prefeitura não está mesmo nem aí. Mas o resultado, ah o resultado (!), foram salinhas com um jeitinho todo nosso, onde teremos prazer para mais um ano letivo.
No final de tudo isso, chegando em casa e, ainda sentindo o desconforto passando pelo corpo, me perguntei se um dia desses era para rir ou para chorar. Preferi rir, mas não da piada que fazem com a educação no Brasil, pois esta não tem a menor graça.



Vejam bem se tínhamos ou não razão? Tem condições de ser feliz numa sala assim???



Definitivamente, não merecíamos isso em 2010!!!




Que professor consegue? Que aluno consegue? Talvez o prefeito consiga, quem sabe?!



Dani e Jaque nos retoques. Valeu, meninas!!!



Nossa eterna contadora de histórias colocando a mão na massa. Valeu, Taninha!



Ao professor Glayson, que nos orientou na pintura, nossa gratidão.



Dani, Tati e Jana pintando o sete na sala... Valeu, meninas!!!




Caramba! Como dói o braço!!!



Manu na sua contribuição. Valeu, garota!!!



Apesar da rinite alérgica, eu gostei de raspar a parede.




Raquelzinha não podia colocar a mão na massa, então colocou a mão nos trabalhos manuais. Valeu, menina!



Rê, Jaque, Taninha e eu. E era só a metade do trabalho...



E o trabalho não foi realizado num dia só... Eu e Rê pintando o sete!



Dinah, entre um trabalho e outro, fotografando tudo.




Agora é só comparar e dizer se valeu ou não a pena!




Nossa, muito gracinha! Assim o professor tem mais estímulo! Que venha 2010!!!




O mural feito pela Hildinha e pela Tati. Que gracinha!!!



É assim que queremos o nosso 2010, porque, como diz Caetano: GENTE É PRA BRILHAR!

9 comentários:

  1. Com certeza a união faz a força. Difícil, sim, mas nunca, impossível.
    Certamente o ano será melhor em nossa escola.Trabalho sempre teremos, mas o que vale é termos profissionais comprometidos e com garra de vencer.
    Cris vc é maravilhosa....
    Tania

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  2. "Tudo vale a pena quando a alma não é pequena."

    Fernando Pessoa

    É uma pena que muitos seres humanos não sabem quando potencial há em suas mãos,mas parece que as almas foram sequestradas.
    PARABÉNS queridas,tenho certeza que vcs colherão essa semente de afeto ,ética e compromisso.

    Isaías 41:6 "...um ao outro ajudou, e ao seu companheiro disse: Esforça-te. "

    Bjks Elisete

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  3. PARABÉNS A TODA EQUIPE DA ESCOLA!Tá provado: "A união faz a força!" Acontece que nos esquecemos dessa máxima vez em quando e não a utilizamos nos momentos em que se faz necessária, como por exemplo, a cobrança de direitos de cidadania e civilização decente por parte dos políticos que somente estão onde estão porque nós, sim nós o colocamos lá. Nessa falsa democracia em que vivemos, pouco importam as necessidades daqueles que não se fazem representar pela maioria, ainda que essa maioria seja representada por uma favorável condição sócioeconomica e cultural. Pouco importa o resto... Que resta?

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  4. mINHA QUERIDA AMIGAAAAAAAAAAAAAAAA.............
    SIMPLESMENTE NAUM TENHO PALAVRAS!!!!!!
    BJUS

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  5. Oi novamente, Menina!
    Costumo ser assim, leitora de vários posts sempre que o tempo me permite, quando me interesso pelo blog e o seu é um desses.
    Realmente, o mundo carece de "mãos à obra", de pessoas que não esperam tudo do governo, da prefeitura...é triste o quanto a educação no Brasil é relegada ao segundo, terceiro, quarto e sei lá que plano. Não é à toa que aprecio a profissão, e mais ainda, quem o faz com o coração inteiro feito você e outros professores comprometidos com as crianças, deixando de lado o próprio bem-estar. Parabéns ao grupo! Bjins pra ti!

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  6. amiga realmente senti vontade de chorar, de emoção...eu faria o mesmo sabia?lindo!!!

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  7. Oi amiga borboleta!!

    Como sua amiga, estou sem palvras
    Como sua diretora,"Muito Obrigada!"
    "Quem é compromissado com o que faz,se compromete a fazer o melhor!"
    PARABÉNS!!

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  8. Miss Butterfly, vc é especial!
    Beijão(zão).

    Ah! Aproveito e deixo a dica de um livro que acho ser a sua cara (caso não tenha lido, é claro), chama-se 'Pedagogia do Amor' de Nilson Guedes de Freitas.

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  9. (♥☺Eu ñ sou nada dessa escala m+ sinto muito pelos alunos que estudamram antes de vcs fazem isso eu estudo en colegio particula m+ parece que essa escola que acabei de ver ñ e m+ eu queria saber como e a sensasão sem aprefeitura no meu colegio sinto muito mesmo vcs que vai ler isso ai em sima postem um conmetario io que eu tobotando que eu sinto muito vcs acham que e mentira vcs adultos que vai ler isso vcs vam dar uma passada e ñ vai ler isso tudo só pq e comun de ver isso m+ do o parabens a quem deu essa reformada toda ai na escola parabens mesmo ASS:larissa sena de santana 09 anos 4ª ano obg por ler ♥☻}.

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